O hino italiano simboliza histórias muito caras para seu povo. Escrito em 1946 por Goffredo Mameli, o hino foi reconhecido oficialmente apenas em 2017.
Com melodia de Michele Navarro, o Hino Nacional da República Italiana também é conhecido como Canto degli Italiani, Fratelli d’Italia ou Inno di Mameli. O canto foi muito popular na época do Risorgimento, movimento da unificação italiana.
Depois que a Itália se tornou uma república, o Canto degli Italiani foi escolhido, em 12 de outubro de 1946, como hino provisório da Itália, devido à sua popularidade. Antes disso, em 1861, o hino oficial da Itália era a Marcia Reale, que era música oficial da Casa Savoia e Hino do Reino da Itália.
Nas décadas seguintes, parlamentares italianos tentaram em diversas oportunidades tornar o Hino de Mameli oficial por lei. Até que, em 4 de dezembro de 2017, mais de 70 anos depois, ele foi considerado oficialmente o hino da Itália.
Processo de unificação resultou em êxodo de italianos
O processo de unificação contado no hino italiano foi necessário devido às grandes diferenças socioculturais na Península Itálica até meados do século XIX.
Esse processo de unificação, aliás, juntamente com a chegada do desenvolvimento industrial, levou fome e desemprego a milhares de camponeses e, assim, desencadeou o êxodo de italianos para outros países, com destaque para a imigração italiana no Brasil.
Hino italiano e a história de luta por soberania
A batalha pela união do povo italiano está em trechos do hino como esse: “Noi siamo da secoli Calpesti, derisi, Perché non siam popolo, Perché siam divisi. Raccolgaci un’unica Bandiera, una speme: Di fonderci insieme Già l’ora suonò”.
A tradução seria “Há séculos que somos pisados, escarnecidos, porque não somos um povo, porque somos divididos. Reunamo-nos sob uma única Bandeira, uma esperança: de nos unirmos. Já soou a hora.”
Nessa parte da letra, Mameli destaca a desunião do país, na época dividido em sete estados, o que o enfraquecia como nação e tornava a Itália alvo fácil de outros países.
A unificação da Itália terminou com o fim da Primeira Guerra Mundial e a retomada das terras de Trieste e Trento, até então sob domínio de outros países.
Letra e tradução do hino italiano
Letra em italiano | Tradução |
Fratelli d’Italia, l’Italia s’è desta, Dell’elmo di Scipio S’è cinta la testa Dov’è la Vittoria? Le porga la chioma, Ché schiava di Roma Iddio la creò(Coro) Stringiamci a coorte Siam pronti alla morte Siam pronti alla morte l’Italia chiamò Stringiamci a coorte Siam pronti alla morte Siam pronti alla morte l’Italia chiamò!Noi fummo da secoli Calpesti, derisi, Perché non siam popolo, Perché siam divisi. Raccolgaci un’unica Bandiera, una speme: Di fonderci insieme Già l’ora suonò.(Coro)Uniamoci, amiamoci, l’unione e l’amore Rivelano ai popoli Le vie del Signore; Giuriamo far libero Il suolo natio: Uniti, per Dio Chi vincer ci può?(Coro)Dall’Alpi a Sicilia Dovunque è Legnano, Ogn’uom di Ferruccio Ha il core, ha la mano, I bimbi d’Italia Si chiaman Balilla, Il suon d’ogni squilla I vespri suonò.(Coro)Son giunchi che piegano Le spade vendute: Già l’aquila d’Austria Le penne ha perdute. Il sangue d’Italia, Il sangue polacco, Bevé, col cosacco, Ma il cor le bruciò. | Irmãos de Itália, A Itália levantou-se Com o elmo de Cipião Cobriu a cabeça Onde está a Vitória? Que lhe sustém a cabeleira Porque foi como escrava de Roma Que Deus a criou.(Refrão) Cerremos fileiras Estejamos prontos para morrer Estejamos prontos para morrer A Itália chamou-nos Cerremos fileiras Estejamos prontos para morrer Estejamos prontos para morrer A Itália chamou-nos!Há séculos que somos Espezinhados, desprezados, Porque não somos um povo Porque nos dividimos Reunamo-nos sob uma única Bandeira: uma esperança De nos reunirmos. Soou a hora.(Refrão)Unimo-nos, amemo-nos, A união e o amor Revelam aos povos Os caminhos do Senhor; Juremos tornar livre O solo natal: Unidos por Deus Quem pode nos vencer?(Refrão)Dos Alpes à Sicília Por toda a parte é Legnano, Cada homem de Ferruccio Tem o coração, tem a mão, As crianças da Itália Chamam-se Balilla, O som de cada sino Tocou às vésperas.(Refrão)São juncos que dobram As espadas vendidas: A Águia da Áustria Já as penas perdeu. O sangue da Itália, O sangue polonês, Bebeu, com o o cossaco, Mas o coração as queimou. |